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Parceria entre Embrapa e Nestlé para pecuária de leite de baixo carbono

A Embrapa e a Nestlé vão desenvolver um protocolo para pecuária de leite de baixo carbono. Além da redução das emissões, a parceria prevê o aumento da remoção dos gases de efeito estufa nas propriedades de leite. Indicadores de sustentabilidade desenvolvidos pela Embrapa e a implementação de boas práticas de produção nas fazendas vão integrar o protocolo e auxiliar no objetivo da Nestlé de neutralizar todas as emissões de suas operações até 2050.



23/03/2021 - A Embrapa e a Nestlé vão desenvolver um protocolo para pecuária de leite de baixo carbono. Além da redução das emissões, a parceria prevê o aumento da remoção dos gases de efeito estufa nas propriedades de leite. Indicadores de sustentabilidade desenvolvidos pela Embrapa e a implementação de boas práticas de produção nas fazendas vão integrar o protocolo e auxiliar no objetivo da Nestlé de neutralizar todas as emissões de suas operações até 2050, incluindo suas cadeias de fornecimento, com metas intermediárias de redução de 20% até 2025 e de 50% para 2030.


A Embrapa desenvolve pesquisas e tecnologias para tornar a agropecuária eficiente e produzir mais alimento de uma forma sustentável. Soluções tecnológicas, como sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), recuperação de pastagens degradadas e uso de aditivos na nutrição têm apresentado bons resultados na redução de emissões e contribuído para o desenvolvimento de uma agropecuária em harmonia com o meio ambiente, em sintonia com as tendências do mercado nacional e internacional.


Para Alexandre Berndt - chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pecuária Sudeste - a produção de leite de baixo carbono é um objetivo ousado e a Nestlé, em parceria com a Embrapa, está no início dessa trajetória. “Para se chegar ao leite de baixo carbono é preciso adotar diferentes tecnologias, boas práticas de manejo na fazenda, nutrição, estrutura de rebanho e uso de sistemas integrados e florestas plantadas. O protocolo envolverá ações coordenadas para que os produtores incorporem na fazenda ferramentas e práticas sustentáveis de produção”, destaca a pesquisadora.


Serão elaborados protocolos por bioma e por sistema de produção, que servirão de base para o desenvolvimento de uma calculadora de balanço dos gases de efeito estufa (GEE) e um sistema digital de monitoramento por meio de aplicativo. Os indicadores utilizados no protocolo serão validados em escala experimental na Embrapa Pecuária Sudeste e em escala comercial em propriedades fornecedoras de leite nas diferentes regiões.


Os dados e inovações gerados pela parceria serão abertos, de acordo com o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, André Novo. “Isso significa que qualquer produtor de leite ou empresa poderá ter acesso às informações geradas pela parceria. O conhecimento será público”, explica Novo.


BALANÇO DO CARBONO

A Embrapa Informática Agropecuária será responsável pela adaptação de modelos matemáticos e métricas que, por meio de um componente de software, serão integrados a calculadora que vai contabilizar o balanço de carbono nas propriedades de acordo com as características de cada região ou bioma e adaptada aos diferentes sistemas de produção. “Com isso, oferecemos ao produtor um instrumento para medir o resultado das estratégias de manejo que ele está utilizando e evitar que tome decisões no escuro, sem a segurança quanto aos benefícios que podem ser gerados”, explica o pesquisador Luís Gustavo Barioni.


A adoção de tecnologias e boas práticas é capaz de compensar as emissões de gases de efeito estufa geradas pela atividade leiteira e ainda pode tornar o sistema de produção mais resiliente, trazendo vantagens econômicas para o produtor. Estão previstas, ainda, ações como um guia de boas práticas e capacitações técnicas para implementação do protocolo para pecuária de leite de baixo carbono.


“Nosso objetivo, como uma das principais empresas captadoras de leite do Brasil, é justamente, por meio de uma parceria com uma instituição de credibilidade e renome internacional, criar um protocolo com diretrizes claras para a produção de leite de baixo carbono, de forma que os produtores tenham visibilidade de onde estão concentradas as emissões e para que possamos trabalhar juntos na direção de mitigá-las o máximo possível”, ressalta Barbara Sollero, gerente de Desenvolvimento de Fornecedores e Qualidade da Nestlé Brasil.


A parceria foi assinada no final de fevereiro. As etapas para o desenvolvimento do protocolo para pecuária de leite de baixo carbono começam a ser executadas já nos próximos meses.


Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste

Foto: Gisele Rosso

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